Dia de celebrar o amor! Dia de Ódio!

Independente de “ter” namorado(a), o dia 12 de junho celebra, antes de tudo a capacidade de amar. E as relações. Enquanto aqui no Brasil o dia é de beijos, presentes e bilhetes de amor, nos EUA era dia de ódio e loucura.

Mais uma vez estamos em contato com a atrocidade humana. Em contato com o absurdo. Aonde um Ser Humano mata, olho no olho, dezenas de outros Seres Humanos. Ouvia a pouco na CBN uma notícia que fala de um plug in que troca a lente de notícias para que tenhamos mais contato com aquilo que exposto em rótulos repetidas vezes banaliza o contato.

Um atirador do estado islâmico mata 49 homosexuais… Um SER HUMANO mata 49 SERES HUMANOS.

Faz diferença ler assim? Sinta!

Em mim mobiliza, num primeiro momento, choque ao saber da notícia e depois raiva. Logo penso que é justo esse sentimento cristalizado no ódio que motiva essas ações. Lembro da Kubler Ross em sua autobiografia, a Roda da Vida, descrevendo uma conversa com uma mulher que havia sobrevivido ao campo de concentração. Essa mulher disse que quando saiu do campo a raiva tomava conta do seu ser mais teve um insight que se esse ódio e sentimento de vingança só gerariam mais movimento de intolerância e violência como o que ela foi vítima. Então essa mulher sobrevive com o propósito de transformar qualquer ódio em amor. A começar por seu próprio coração e sua alma que passaram por uma das maiores atrocidades que a humanidade vivenciou.

O amor é, antes de tudo um sentimento livre, aonde presume escolha, poder ir e vir, poder SER…. quem você é único, e por isso diferente. Esse discurso da exclusão, fanático que justifica até o assassinato daquele que é diferente, não é um discurso de amor. É um discurso de ódio enlouquecido aonde o olhar daquele que atira não vê o olho daquele que é seu alvo. É possível que esse atirador, na sua postura rígida, cega, só enxergue a sua própria loucura excludente, egocêntrica, aonde sua ideia daquilo que é certo é atuada na vida de outros.

Porque se a sua humanidade fosse tocada pela humanidade do outro aquele gatilho não teria sido apertado. Porque quando Eu vejo o outro é possível se encontrar.

É com grande tristeza que venho aqui dividir tudo isso. Imagino que ontem e hoje e por muito, muito tempo esse fato irá mobilizar milhões de Seres Humanos. O amor e o ódio fazem parte das relações humanas. A atuação desse ódio faz parte da loucura e do descontrole.

Espero que dividindo tudo isso que está aqui dentro, não cristalize a raiva, mas que esse movimento possa ser de transmutação e amor. Precisamos aprender a seguir na vida, e no mundo, que tem amor e ódio, construção e destruição, bem estar e sofrimento, sem rejeitar e sem nos apegar… porque isso é inerente a estar vivendo.

E dentro de nós temos a capacidade de curar feridas, interromper ciclos de retraumatização e expandir a capacidade de amar.