Dia da Independência! Do país! Do povo! De cada um! Das relações!

Acredito não relações independentes pois presumem uma escolha: “Estou aqui porque eu quero! E não porque preciso.” Como somos pessoas inteiras oferecemos um compartilhar de uma existência, e não um sugar aquilo que preciso para viver.

Os amores?! Precisam ser livres! No Workshop O Amor e suas Vicissitudes no final de semana esse tema surge como assunto de relações jovens e maduras. O amor é muitas vezes confundido com dependência, em alguns casos simbiótica. Nesses casos é difícil para o parceiro ouvir que o outro precisa ficar sozinho, dormir sozinho, viajar sozinho, o outro entende como desamor, rejeição.

“Sou tão você que sinto falta de mim mesmo!”

Tenho uma miniatura de cerâmica no consultório que é um único corpo com duas cabeça. E uma das cabeça ainda sai. Representando a perda da identidade. E essa frase acima está escrita na camiseta dessa figura. Simbólico! Forte!

A independência é qualidade de todas as relações. O apego e a insegurança não deixam enxergar o outro como uma pessoa separada, inteira!

Se é difícil com os parceiros amorosos imagine com os filhos. 

Quando faço um exercício no Grupo de Pais aonde os pais vêem o filho à distância, muitas vezes é difícil não interferir, causa angústia. Muitos pais reclamam que o filho é inseguro, não faz as coisas sozinho. Mas quando esse filho se torna independente e não precisa tanto dos pais, querem ficar mais com os amigos do que no colo. Os pais ficam devastados. É um sentimento ambivalente.

Esses pais são tão os filhos que deixam de ser eles mesmos.

É muito importante que os pais se coloquem frente aos filhos como pessoas que tem necessidades, desejos. Que eles tem vida para além do filhos. Se eles tem essa liberdade os filhos podem ter. Os filhos podem ir e vir sem culpa.

A relação entre pais e filhos não pode ser um aprisionamento.

“Vá filho vai em busca da sua liberdade, da sua identidade!”

Vocês podem observar essa permissão ou falta de permissão nas coisas simples do dia a dia.

Como você sente quando:

  • deixa o filho na escola.
  • quando ele não quer voltar da casa da avó.
  • quando diz que não te quer.
  • que quer ficar sozinho.
  • não quer beijo naquela hora.

E quando o filho está brincando tranquilo, entretido, fantasiando as histórias, as vezes falando com os brinquedos… Você consegue ficar só observando, sem interferir, sem aplaudir?

Nessa hora seu filho está ótimo! Não precisa de mais nada. Só espaço para ele Ser.

Filho também precisa de espaço para ficar sozinho.

Se você interfere você quebra o momento – distraí. Ele saí do mundo dele. Isso faz com que não consiga fazer a curva de prazer na brincadeira. Carga, descarga, relaxamento…

Criar filhos Independentes envolve tantos assuntos, dá para escrever vários outros textos. Pontuo a seguir e conversamos em outro momento:

  • O quanto você deixa ele fazer coisas que já dá conta. Dá tarefas na casa de acordo com cada idade.
  • O quanto coloca ele para pensar sobre suas atitudes. Ao invés de dar bronca.
  • O quanto tolera que sofra e se machuque. Isso é inerente a vida.

É importante refletirmos sobre o amor e a independência. Assunto inesgotável. Aguardo comentários para ampliarmos a discussão.

 

A falta de independência significa a morte na relação.

Seja!

Seja independente!

E deixe que o outro seja!

Só assim poderá ser quem ele é! 

Só assim poderão ter uma relação!

Isso é amor!